Armênia

A primeira vez em foi utilizada a palavra genocídio foi para designar o assassinato em massa praticado pelo império turco-otomano como “solução final” para a “questão armênia”. Um genocídio justificado ideologicamente pela crença no “deus certo” contra os que acreditavam no “deus errado”. Agentes da repressão e mercenários kurdos, contratados pela elite econômica, sob a leniência do judiciário turco, assassinaram, a marteladas e facões, mais de um milhão de cristãos armênios. Parte das famílias da Kenarik Boujikian e do Eduardo Surian Matias , e mais poucos sobreviventes, conseguiram fugir dos horrores causados pelo excesso da crença em deus e da ganância daqueles que expropriaram os bens de suas vítimas. Lá também, a intensidade da fé, há pouco mais de 100 anos, causou desgraça e destruição.

Visitei o Museu do Genocídio em Yerevan, capital da Armênia. Fiquei tão impactado que voltei no dia seguinte, para rever algumas fotos e para comprar alguns livros sobre o primeiro genocídio do século XX.

De lá fui a Nagorno-Karabakh, um país independente, encravado nas montanhas entre a Armênia e o Azerbaijão, habitado basicamente por cristãos de origem armênia onde passei três noites e presenciei bombardeios vindos do leste, atingindo alvos civis. Uma covardia apenas comparada à praticada por Israel contra o povo Palestino, também com hipócritas justificativas religiosas.

Esses genocídios, dos armênios no inicio do século, dos judeus pelos nazistas, dos tutsis pelos hutus em Rwanda, dos palestinos por Israel e dos yanomamis pelo bolsonarismo não podem ser esquecidos. Lembrar para que nunca mais se repitam.

Xixo, 24 de abril de 2023

Genocídio armênio: rememorar para não repetir

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