
No dia 19 de abril, o jornalista Franklin Martins lança no Rio de Janeiro o Volume Zero do livro “Quem foi que inventou o Brasil?”, que traz um subtítulo esclarecedor: “A música conta a história do Império e do começo da República (1822-1906)”. Ele dá sequência aos três primeiros volumes da obra, publicados em 2015, que se dedicaram à intensa relação entre a música e a política na República (1902-2002). O evento ocorrerá na Blooks Livraria de Botafogo (Praia de Botafogo, 316, lojas D e E), a partir das 19h, com entrada gratuita.
No livro (de 614 páginas), Martins mostra que a invenção do Brasil pela música é ainda mais antiga do que se pensa, como já sugeria Lamartine Babo na marchinha “História do Brasil”, extraordinário sucesso do carnaval de 1934. O autor reuniu cerca de 300 canções sobre política, a escravidão e a resistência ao racismo e à opressão, compostas e cantadas nos tempos do Império e nos primórdios da República. A maioria delas foi gravada pela primeira vez para o livro. O material está disponível no site http://www.quemfoiqueinventouobrasil.com.
De acordo com o autor da obra, lançada pela Kotter Editorial e pela Editora Letra Selvagem, a relação do país com a canção vem desde a formação do Brasil enquanto nação independente. “Algumas das canções deste período foram produzidas nos palácios e instituições oficiais, mas a maioria nasceu nas ruas, ou seja, nos circos, barracas, senzalas, teatros, salões, rodas de boêmios, cafés-cantantes e chopes berrantes”, explica Martins. “Também no Império nossa música popular, cantando e brincando, buscou os caminhos para registrar os fatos do momento e expressar insatisfações e esperanças, muitas vezes trombando com os donos do poder.”