
Da rachadinha ao colar de diamantes – A relação da família Bolsonaro com a coisa pública sempre foi confusa
Em março de 2021 o Brasil negociou a refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia com a Arábia Saudita por um valor muito abaixo do que seria o de mercado, recebendo 1,85 bilhões de dólares, quando a refinaria teria na verdade sido avaliada pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões.
Poucos meses depois em visita oficial na Arábia Saudita foi ofertada para a ex Primeira Dama Michele Bolsonaro um conjunto de jóias de diamantes e ouro em valor estimado em 16,5 milhões de reais.
Generosidade ou propina pela venda da refinaria?
Se na mesma época o então Presidente dos EUA, Donald Trump, foi presenteado pelo Governo da Arábia Saudita de forma muito mais modesta (recebeu uma espada de guerreiro Árabe com valor apenas simbólico) não faz sentido algum que o gesto para Bolsonaro fosse apenas uma gentileza, afinal nem Bolsonaro tinha mais relevância como liderança mundial do que Trump e tampouco o Brasil era parceiro mais estratégico da Arábia Saudita do que os EUA…
Achar natural receber um “presente” desse valor só reafirma o que se sabe, que Bolsonaro e sua família têm um histórico criminoso vasto quando o assunto é dinheiro público.
O recente episódio das jóias dadas de presente pela Arábia Saudita para a ex Primeira-Dama Michele Bolsonaro, apenas confirma que o clã nunca entendeu a diferença do interesse público com a propriedade privada.
Durante os mandatos de Bolsonaro como Deputado, ele acumulou patrimônio de muitos imóveis adquiridos em dinheiro vivo e que hoje se sabe que esses apartamentos foram todos pagos com dinheiro oriundo das “rachadinhas”.
Desde essa época Bolsonaro tratava o dinheiro público como seu, prática que foi reproduzida por seus filhos e pela sua atual esposa Michele (que entre outras ações não republicanas recebeu cheques do Queiroz – operador das rachadinhas de Bolsonaro – e recentemente esvaziou o lago do Palácio para “catar” moedas jogadas por visitantes).
Agora se sabe que Micheque não se satisfez com o dinheiro das rachadinhas do Queiroz e nem com as moedas surrupiadas do lago do Palácio do Planalto, a mesquinhez de catar moedas foi substituída pela soberba de querer ostentar diamantes que pertencem a República Brasileira e não ao clã Bolsonaro!
Não é à toa que o pecado predileto do diabo é a vaidade…
Além de todos absurdos que isso representa ainda precisaremos entender a razão pela qual um “presente” desse valor absurdo (16,5 milhões de reais) teria sido ofertado pela Arábia Saudita durante o processo de compra por aquele país de refinaria do Governo Brasileiro….
Propina?
Com a palavra Bolsonaro o rei da rachadinha e Michele a moça que catava moedas
Fonte: Texto originalmente publicado no Boa Vista Já.
Link direto: https://boavistaja.com/local/politica/2023/03/07/presentes-da-arabia-generosidade-ou-propina-para-a-familia-bolsonaro-pela-venda-da-refinaria/