Sergio Moro se transformou após ser envolvido pelos interesses norte-americanos, afirma Roberto Requião

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Roberto Requião divulgou nesta quarta-feira (22/02) em suas redes sociais um trecho de uma entrevista que concedeu à jornalista Daniela Lima, da CNN, na qual comentou sobre sua relação com o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro. O ex-governador do Paraná revelou que chegou a considerar Moro um amigo, até perceber um desvio na conduta do então magistrado, que teria passado a atuar de modo a favorecer os interesses geopolíticos norte-americanos e do capital financeiro.

O relato começa com Requião recordando que Moro chegou a ser parceiro de sua gestão no governo do Paraná, entre 2003 e 2010. “Fizemos grandes operações juntas, com o governo apoiando”, afirmou o político ex-PMDB e hoje no PT, citando uma vez em que Moro procurou o governo estadual dizendo que fazendas de narcotraficantes do Paraguai poderiam ser sequestradas pelo governo paraguaio, o que poderia marcar o início de uma espécie de reforma agrária no país vizinho. Requião, então, ajudou a arranjar um encontro de Moro com o presidente paraguaio Fernando Lugo.

“No dia seguinte, o meu secretário de Segurança embarcou num avião junto com o Sergio e procuraram o Fernando para mostrar como ele poderia tomar conta da fazenda dos narcotraficantes e iniciar um projeto de reforma agrária. Esse era o Sergio Moro que eu conheci e eu o tinha como amigo. Mas de repente percebi um desvio na conduta.”

E o que seria esse “desvio na conduta”, afinal?

Requião conta que chegou a se entusiasmar com a Lava Jato ao ver que a operação estava mexendo com políticos notoriamente corruptos, que há anos estavam à salvo da lei. Contudo, essa empolgação inicial virou preocupação quando começou a perceber o quão próxima era a relação de Moro com agentes estrangeiros. “A partir de um determinado momento, aqueles insistentes contatos enviados para os Estados Unidos me mostravam que além do combate da endemia da corrupção, que existia no Brasil e atravessava todos os partidos, havia um peso para favorecer os interesses geopolíticos norte-americanos e do capital financeiro”, destacou Requião. “Eu acho que o Moro começou bem intencionado, mas foi envolvido pelos interesses do capital financeiro norte-americano”, ressaltou o ex-governador, afirmando ainda que Moro queria que juízes pudessem julgar conforme a sua vontade, desprezando absolutamente a letra da lei.

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