Dois gigantes que a história uniu além de uma data e de um ideal comum. Dois homens que, em épocas diferentes, dignificaram nosso passado patriótico em igual medida para iluminar o presente e o futuro. Dois heróis que são filhos de junho, e da Revolução
Autor: Mailenys Oliva Ferrales | informacion@granmai.cu
junho 14, 2022 08:06:51

Granma – As distâncias — no tempo e nos quilômetros — contam pouco para que dois nomes permaneçam para sempre na memória de um país, fundidos como uma única referência de integridade e coragem. Dois gigantes que a história geminou além de uma data e de um ideal comum. Dois homens que, em épocas diferentes, dignificaram igualmente nosso passado patriótico para iluminar nosso presente e nosso futuro. Dois heróis que são filhos de junho, e da Revolução.
O primeiro nasceu em Santiago de Cuba. Era 1845 quando a família Maceo batizou a criança que viria a se tornar um enorme líder pela independencia, com o nome de Antonio.
O segundo veio ao mundo exatamente 83 anos depois daquele famoso nascimento. Ele foi chamado Ernesto, embora sua memorável vida lhe rendesse outro nome internacional, pois este menino, nascido em 1928, deixaria sua terra natal, Rosário, na Argentina, ainda muito jovem para ir curar as feridas da América ofendida.
Ambos se elevaram ao universo do mais belo sacrifício — que é defender com seu próprio sangue a verdade dos humildes — e a partir daí suas existências extraordinárias continuam se entrelaçando como se fossem apenas uma. É espantoso e quase mítico. As virtudes de um parecem renascer nas ações do outro; e assim, juntos, eles crescem novamente em suas dimensões humanas, se isso for possível.
Pois se o Titã de Bronze era firme em seu pensamento e imprudente em sua coragem, o Guerrilheiro Heróico era um soldado versátil com uma prontidão sempre pronta para assumir a missão mais perigosa.
Pois se o major-general tinha palavras sedosas e um braço como o aço, o Comandante Che Guevara também era um homem de fala lenta e ação insuperável. Nunca houve, para um ou para o outro, uma vida fácil, espaço para alegria infantil ou caminhos sem armadilhas.
Mais de 600 ações de combate e um corpo marcado por 26 cicatrizes de guerra coroaram a carreira do filho de Mariana Grajales, enquanto o homem, Che Guevara, fez sua a epopeia do iate Granma, da Serra Maestra e da Revolução Cubana, antes de partir para a luta pela liberdade do Congo e da Bolívia.
Ambos amavam a literatura tanto quanto amavam sua pátria. Ambos eram antiimperialistas. Ambos levaram invasões de Leste para Oeste, e ambas deixaram vestígios de respeito e afeto.
É por isso que San Pedro não foi o fim para Maceo, bem como La Higuera não foi o fim para Che Guevara. Àquele que levantou sua voz enérgica em Baraguá com um «não, não nos entendemos» diante de um inimigo que queria danificar nosso decoro, e ao outro que ordenou a seu carrasco: «atire, há um homem aqui», Cuba os olha com orgulho.
Hoje, 177 anos após o nascimento do Titã de Bronze, e 94 anos após o nascimento do Guerrilheiro Heróico, uma frase de Fidel nos lembra que, apesar da evocação necessária, ainda existem muitas certezas que sempre os unirão, pois «se um disse que quem tentasse tomar conta de Cuba recolheria a poeira de seu solo encharcado de sangue se não perecesse na luta, o outro ensopou o solo da Bolívia com seu sangue tentando impedir que o império tomasse conta da América».
Fonte: Texto originalmente publicado no Granma.
Link direto: https://pt.granma.cu/cuba/2022-06-14/dois-gigantes-que-a-historia-geminou